quarta-feira, 11 de julho de 2012

Não, eu não estou grávida.

No último final de semana, eu e meu noivo (atenção para o novo status hehehe) resolvemos antecipar nosso casamento. Estávamos planejando para o ano que vem, aí eu fiquei desempregada e os planos ficaram meio em suspenso e aí aconteceram algumas outras coisas e, no fim, por alguns motivos de ordem interna (que não são internas no meu útero), resolvemos fazer ainda este ano.
Gente! A quantidade de pessoas que me já perguntou se eu estou grávida! Mais: a quantidade de pessoas que simplesmente não acredita que eu não esteja! De boa? Se eu estivesse grávida, nesse momento, uma festa de casamento seria a última coisa em que eu estaria pensando. Em vez de antecipar o casamento eu iria adiá-lo indefinidamente, até toda a confusão (boa) que a chegada de um bebê traz passasse para, aí sim, pensar em casamento de novo. Era capaz até de esperar o bebê crescer um pouquinho, para poder participar da cerimônia.
Mas diante da situação em que me vi envolvida essa semana, fica a pergunta: as pessoas realmente ainda se casam por causa de gravidez na nossa sociedade? Assim, do tipo "ai, meu Deus, está grávida, tem que casar! Como vai ser mãe sem um marido?" Corre com os preparativos!
Ainda fazem isso?
Quando eu era mais nova, meu pai me disse que eu não deveria me casar grávida. Acho que incorporei isso pra vida toda. Disse que se eu precisasse, ele me ajudaria a cuidar da criança (claro, o ideal era que eu tomasse o cuidado de não engravidar), mas que gravidez, pura e simples, não era motivo para casamento.
Meu pai sempre disse que mesmo o amor não é suficiente, sozinho, para manter um casamento. É claro que um casal não tem que ser igual em tudo, mas algumas questões têm que estar alinhadas, ele diz, como quantos filhos pretendem ter, se morarão longe da família, na cidade grande ou no meio do mato. A gente acha que tudo vai ser lindo porque ama e está apaixonado, mas tem que parar e pensar se vai conseguir conviver a (muito) longo prazo com a bagagem que o outro traz. Se ele que que você se converta à religião dele, se a sogra vai morar com vocês, ou se existem filhos de uma outra relação e qual a sua relação com eles. Imagina se a Heloísa Schurmann não gostasse de velejar, por exemplo? (lembram dos Schurmann, aquela família que deu a volta ao mundo num barco).
Filhos podem ser criados sem que os pais estejam juntos. Não é o que todos nós idealizamos para as nossas vidas, mas é possível, sim, e é possível criá-los muito bem. Em alguns casos, é até melhor criá-los separados. Prova disso são as centenas de filhos de pais separados, felizes e perfeitamente integrados à sociedade.
Se o casamento acontece por causa da gravidez, no entanto, a mulher fica eternamente "em dívida" com o homem, como se ele tivesse lhe feito um favor, casando-se, diz meu pai. Veja os exemplos à sua volta. A relação não se dá em pé de igualdade, mas com a mulher submetendo-se ao homem "que foi tão bom em assumir a família e não deixá-la desonrada ante a sociedade", mãe solteira. E o casamento não funciona se só um dos dois (ou nenhum dos dois) quer realmente estar lá.
Depois, francamente: a gente brigando pela ideia de que a mulher pode tudo, mas não pode ser mãe sem estar casada? 
Isso não é meio antigo, não? Já não passamos dessa fase? Alguém ainda acredita que filho segura relação? Sou só eu que acho que esse não é motivo para se correr com um casamento?
Bom, não com o meu.

2 comentários:

  1. Que lindos!!! Vão casar!!!! (LLLL)
    Que bom que não estão gravidos (acho engraçado no plural rss, mas vale usar). Assim, nada contra, mas NÉ! rss

    Marca casamento, adia casamento, antecipa casamento... afinal, quando é que vai rolar? :P

    Beijoooos!

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